quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

A morte eminente do Rio Jacuípe no Distrito do França.

O Rio Jacuípe é genuinamente baiano, que compõe a bacia do Paraguaçu. Tem suas nascentes no município de Morro do Chapéu em uma altitude de 1011 metros e desce sertão abaixo pelo semiárido ao norte do Piemonte da Chapada Diamantina, formando a bacia do Jacuípe, banhando vários municípios da vasta região do semiárido baiano. E desemboca no Rio Paraguaçu, compondo o lago da barragem da Pedra do Cavalo. Nesse percurso tem a barragem do França, localizada no Distrito de mesmo nome, que foi construída em 1996, a qual é responsável pelo abastecimento de água dos municípios de Piritiba, Miguel Calmon e Mundo Novo, no centro-norte da Bahia.

Logo após a construção da barragem foi construída a Estação de Tratamento de Água (ETA) ao lado do Distrito do França, onde a EMBASA (Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.) faz a captação e tratamento da água que abastece os municípios citados anteriormente. É também responsável pela operação e manutenção do sistema de abastecimento de água potável, devendo manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída.


Na sub-bacia do Jacuípe (região do Distrito do França) apresenta em alguns trechos degradação ambiental com perdas de mata ciliar. Possui em sua bacia e margens, culturas agrícolas como tomate, pimenta, melancia, banana, feijão, milho entre outras. No entanto, o rio Jacuípe se depara com graves problemas que veem causando diversos danos ambientais ao Rio Jacuípe, como o assoreamento do leito do rio por conta dos rejeitos (dejetos) lançados pela ETA.



Desde a construção a ETA, que ela vem causando transtornos e problemas de diversos aspectos para o meio ambiente e mais especificamente ao Rio Jacuípe, onde por vários anos a água com os rejeitos do tratamento dos filtros da ETA são lançados por meio de calhas ao lado da Ponte Nova (ponte da BA 131 que faz divisa Piritiba/Miguel Calmon).

Atualmente o leito do Rio Jacuípe encontra-se totalmente assoreado, desde a Ponte Nova até o Pontilhão. Um descaso que a EMBASA não toma as devidas providências, e “nosso Rio Jacuípe morre” a cada dia.


Em setembro de 2021 o vereador Fernando Rios protocolou um processo junto ao Ministério Público, protocolo de IDEA nº 224.9.189071/2021, no qual continua sem andamento por parte da Promotoria de Justiça Especializada em Meio Ambiente de Itaberaba, responsável pela região.

Também foi realizada uma audiência Pública em maio de 2023, com a participação popular na Câmara de Vereadores de Piritiba que contou com a presença do Gerente Regional da Embasa. Na ocasião o mesmo informou que iriam tomar as medidas cabíveis e que de imediato iria suspender o lançamento dos rejeitos e dejetos no leito do Rio Jacuípe. No entanto, isso não aconteceu e a ETA continua lançando os rejeitos dos filtros da ETA no leito do Rio Jacuípe.

Fica o questionamento, o que é preciso para que a EMBASA seja responsabilizada pelos danos ambientais que causou e consequentemente continua causando ao Rio Jacuípe?

 


2 comentários:

  1. Sinais da morte de um rio e da falência da sociedade civil organizada, falta gente para defender o defensável e sobra idiotas uteis para nada defender. Morre junto com o rio a esperança, o futuro e um manancial rico e poderoso, de uma história linda, amplamente vencida pela brutalidade e ignorância do dito homem.

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  2. Sinais que ninguém se importa com a riqueza natural, quantas lembranças deste rio,hoje está se degenerando pela ação de um ser irracional, chamado homem.
    Faltando uma inclusão da política social para que o símbolo do nosso município não venha se apagar,o rio Jacuípe foi, é e sempre será uma fonte de sobrevivência para os habitantes que vivem nos arrebalde.

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